Veja a rportagem completa que a reporter Glória Maria fez no Globo Reporter sobre Omã, um país árabe dos Emirados.
A história de Omã começou a ser escrita milhares de anos atrás no
deserto, por seus habitantes mais antigos, os beduínos. Eles levam uma
vida simples, andam de camelo e ainda precisam do peixe para sobreviver.
Em Omã existe há milhares de anos, um sistema muito particular de
distribuição de água. Ela é retirada de encostas de montanhas, e
desviada para canais, que abastecem até pequenas cidades do interior do
país.
...em regiões de deserto. Chove pouco. Omã tem em um ano inteiro, praticamente a mesma...soluções para abastecer a população. Em Omã, existe há milhares de anos, um sistema...protegem a entrada do porto. Durante anos, Omã dominou toda a Costa Leste da África...
O sultão mandou plantar um milhão de tamareiras em Omã. Ele quer
aumentar o consumo de tâmaras, que já foi o principal alimento da
população e que hoje está diminuindo muito. Ele pediu a pesquisadores
tentarem descobrir os benefícios da fruta.
A cerimônia de casamento em Omã é diferente de tudo o que a gente
conhece. Ele acontece em dois rituais diferentes e só os homens
participam. As noivas comemoram com suas famílias em outra parte da
cidade.
Grande parte do país está em áreas secas, em regiões de deserto. Chove
pouco. Omã tem em um ano inteiro, praticamente a mesma quantidade de
chuva que o Brasil tem em apenas um mês.
As fontes de água doce são poucas. Um país que tem pouquíssima água
precisa encontrar soluções para abastecer a população. Em Omã, existe há
milhares de anos, um sistema muito particular de distribuição de água.
Que é retirada de encostas de montanhas, e desviada para canais. É assim
que toda água é distribuida para a população das pequenas cidades do
interior deste país.
É o sistema Falaj. Há mais de 2,5 mil anos, moradores fizeram dutos na
montanha para retirar a água doces de poços subterrâneos. Todo mundo tem
água de graça em casa. Mas para a irrigação tem hora e dia certos.
Cada família tem uma cota para consumo, quem ultrapassar tem que pagar.
É assim que os moradores conseguem ter suas pequenas plantações:
Tâmaras. Bananas. Romãs.
É um sistema simples que funciona tão bem há tanto tempo que foi
reconhecido pela Unesco como patrimônio da humanidade. E que é um motivo
de orgulho para a população.
“Eu espero que dure para sempre. Ter as tradições culturais ao seu lado
não significa que você está isolado da civilização”, diz o morador
Abdulrahman Al-Abri.
O país sempre esteve aberto a influências de várias partes do mundo. No
século XVI, na mesma época que os portugueses chegaram ao Brasil, eles
montaram em Mascate, a capital, bases de apoio na rota para as Índias.
Os antigos fortes construídos no país pelos portugueses, foram
preservados. E ainda hoje protegem a entrada do porto. Durante anos, Omã
dominou toda a Costa Leste da África, e os navios que vinham de lá,
entravam pelo porto de Sur.
Se ainda não conquistou totalmente o equilíbrio, tantas influências
tornaram este povo um dos mais tolerantes do mundo árabe. Para entender
por que, conversamos com um especialista da cultura islâmica. Ele diz
que a diferença está na maneira de cada povo interpretar as escrituras
sagradas do Islã.
A lei muçulmana prevê, por exemplo, a pena de morte para homem e mulher
em caso de adultério. Mas em Omã a pena nunca foi aplicada.
“O Islã fala que a educação é obrigatória para homens e mulheres, mas
algumas sociedades muçulmanas não concordam com isso. E proibem só a
mulher de ir à escola e trabalhar. Em Omã, é diferente. As mulheres
podem estudar e trabalhar livremente”, explica Hafidh Mohamed, do Centro
de Informação Islâmica.
A conversa aconteceu na mesquita que tem o nome do sultão Qaboos. É o
prédio mais imponente da cidade. A construção durou seis anos. São
quarenta mil metros quadrados dedicados à fé islâmica.
A mesquita é realmente grandiosa, impressiona. Até mais ou menos dois
anos atrás, ela tinha o maior tapete do mundo, que tem 4.200 metros
quadrados, e foi todo tecido no Irã em pedaços. As 600 mulheres que
fizeram o tapete, depois foram até Omã e juntaram os pedaços. Ele tem 27
cores naturais diferentes, é maravilhoso. O tapete é tão precioso que
ele geralmente fica protegido para evitar que os turistas que vão
conhecer a Mesquita pisem e estraguem o tapete.
A proteção só é retirada na hora que os muçulmanos chegam para rezar. O
lustre de cristal tem 14 metros de altura e é banhado em ouro. São
tantos detalhes, que é difícil saber para onde olhar. A mesquita é um
dos exemplos da preocupação do sultão de fazer de Omã um país belo,
moderno, que tenha na sua base a força do Islã.
Texto retirado da reportagem no site da Globo G1.